GT 21 participa do Seminário "Caminhos Trilhados e Novos Desafios para o Acesso de Negros e Indígenas na Pós Graduação Brasileira - Fundação Carlos Chagas

O GT-21 da ANPEd (Educação e Relações Étnico-Raciais) participou do seminário “CAMINHOS TRILHADOS E NOVOS DESAFIOS PARA O ACESSO DE NEGROS E INDÍGENAS NA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA”, promovido pela Fundação Carlos Chagas no dia 21 de agosto de 2015, em São Paulo. A associação foi representada por Erisvaldo Pereira dos Santos, coordenador do Grupo de Trabalho.

O objetivo do seminário foi apresentar os resultados da avaliação externa do Programa Equidade, projeto apoiado pela Fundação Ford, realizado entre 2011 e 2014, sob a coordenação de Fúlvia Rosemberg (em memória). A atual coordenação do projeto está sob a responsabilidade das professoras Sandra Unbehaum e Amélia Artes. O Programa Equidade selecionou doze universidades, que receberam apoio financeiro para realização de cursos de formação pré-acadêmica com vistas a preparar graduados de grupos subrepresentados (predominantemente negros e indígenas) para o ingresso em programas de pós-graduação. A proposta foi inspirada no Programa Bolsa (IFP) que durante mais de uma década foi responsável pela preparação e acompanhamento de cerca de trezentos mestres e doutores. O Seminário aconteceu no auditório da Fundação Carlos Chagas e contou com a reflexão de intelectuais e pesquisadores/as comprometidos com as ações afirmativas no ensino superior brasileira, tais como Fabiana Luci de Oliveira – UFSCAR, Antônio Sérgio Guimarães – USP, João Féres Júnior – UFRJ, José Alexandre F. Dinis Filho – UFG, Mário augusto Medeiros – UNICAMP, André Lázaro – UERJ/FLACSOs, Luiz Alberto Oliveira Gonçalves – UFMG, Ivair Augusto Alves dos Santos - UNB. Além desses pesquisadores que fizeram parte de três mesas de discussão sobre o tema do seminário, também participaram do debate vários pesquisadores de instituições universitárias e organização não governamentais, como a UNB, UFMG, UCDB, UFPR, UEMT, UFRR, o CEERT e o Educafro. Todos/as os presentes fizeram menção honrosa ao trabalho da nossa saudosa Fúlvia Rosemberg que nos deixou tão cedo e realizou um importante trabalho acadêmico e político em prol das ações afirmativas na educação brasileira. 

O evento foi organizado em três mesas. Na primeira foram apresentados o histórico do Programa Equidade, os resultados gerais da Avaliação Externa e da pesquisa DESIGUALDADES DE COR/RAÇA E SEXO ENTRE PESSOAS QUE FREQUENTAM E TITULADOS NA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA; 2000 E 2010, realizada por Fúlvia Rosemberg e Amélia Artes. A segunda mesa realizou uma reflexão sobre os caminhos trilhados até o presente momento para o acesso de negros e de indígenas na pós-graduação brasileira. Observando os desdobramentos das políticas existentes, avanços e impasses, considerando o papel do Estado e das Universidades no e para o desenvolvimento de programas de ações afirmativas no campo da formação de pesquisadoras/es. A terceira mesa refletiu sobre os novos rumos e os desafios das politicas e dos projetos de ação afirmativa para o acesso de negros e indígenas à pós-graduação. Alguns palestrantes como João Feres Júnior destacaram o protagonismo do movimento social negro na luta por políticas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro. Nos anais do evento, que brevemente estarão disponibilizados na internet, poderemos conhecer mais informações sobre os impasses, desafios e os avanços ações afirmativas no ensino superior brasileiro, a partir das várias intervenções dos/as presentes no auditório. No final do evento foi lida uma moção direcionada a Capes cobrando a implementação do Programa Abdias do Nascimento.

* A partir de relato de Erisvaldo Pereira dos Santos – Coordenador do GT-21 da ANPEd.