UERJ realiza mais uma aula pública em frente ao Palácio Guanabara e reafirma luta de professores, funcionários e alunos em defesa da instituição

Reportagem e imagens: Camilla Shaw

Professores e alunos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) realizaram mais uma aula pública em frente ao Palácio Guanabara nesta terça-feira (11).

O momento para a universidade é de resistência - o início das aulas foi anunciado, porém a UERJ permanece em estado de greve, de acordo com o vice-presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), Paulo Alentejano. Os professores irão receber os alunos na universidade e dialogar com eles sobre as condições da instituição. “Nós consideramos que não é uma situação de normalidade. Nem a parte operacional está resolvida e sobretudo há um problema de salários não pagos e bolsas não pagas. Dois meses de atrasos nas bolsas estudantis e três salários não pagos para professores e técnicos”, pontuou Alentejano.

O vice-presidente da Asduerj afirmou que “o ataque a UERJ é um emblemático ataque mais geral à universidade pública, gratuita no brasil”. A UERJ é conhecida na capital fluminense por promover a entrada de população de baixa renda no ensino superior. Selma Maria da Silva, professora da  Fundação de Apoio à Escola Técnica  (FAETEC), ressaltou sua importância política: “a UERJ tem um papel político fantástico porque ela conseguiu ao longo desse período, mesmo antes das cotas, ter espaços como “ProAfros”, promover a criação de núcleos de estudos afrobrasileiros. [...] Tem um papel político fundamental na relação de políticas públicas de promoção da igualdade”.

Entre 2005 e 2015, o número de estudantes negros aumentou consideravelmente a partir de políticas afirmativas, como o sistema de cotas. Apesar da maior parte da população brasileira ser negra (54%), essa parcela tem uma entrada menor no ensino superior. Confira a matéria da Agência Brasil/EBC para entender mais sobre o assunto. 

"UERJ FICA PEZÃO SAI"

A aula em frente ao Palácio Guanabara também foi marcadoa pelo apoio dos pedestres e motoristas que passavam ao lado dos “estudantes do palácio”, por vezes buzinas, como forma de apoio, paravam a aula e todos aplaudiam e gritavam “Fora Temer”. Para Paulo Alentejano, o diálogo com a população é fundamental, por isso as aulas públicas.

“O governador Pezão destruiu o Rio de Janeiro com uma política irresponsável de isenções fiscais e obras superfaturadas, com um conluio para reeleger o PMDB no estado do Rio de Janeiro. E essa destruição do estado, praticada pelo Pezão, incidiu fortemente na UERJ, mas não só sobre a UERJ, mas sobre a classe trabalhadora fluminense como um todo”, afirmou o vice-presidente da ADUERJ.

A professora da FAETEC, Maria da Silva segue na mesma linha e reafirma a importância do movimento, marcando "um posicionamento político em publicizar a luta dos professores, funcionários, alunos, todos nós, contra esse governo que tentando destruir a educação pública no estado do Rio de Janeiro.”