Pesquisadores da ANPEd debatem Ensino Fundamental no MEC para acompanhamento de políticas públicas

Pesquisadoras e pesquisadores da ANPEd participaram nesta segunda-feira, 12 de junho, de reunião técnica no Ministério da Educação, em Brasília, para debate visando a formulação de políticas públicas para os anos finais do ensino fundamental. O convite foi feito pela Secretaria de Educação Básica (SEB) e pelo diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica, Alexsandro do Nascimento Santos.

Estiveram presentes integrantes dos Grupos de Trabalho Educação Fundamental, Currículo, Educação Ambiental, Relações Étnico-Raciais, além do Grupo de Estudos Cotidianos e de membros da diretoria da ANPEd. A reunião teve condução de Fátima Thimoteo, coordenadora geral de Ensino Fundamental no MEC.

Num primeiro momento foi discutido um diagnóstico dos anos finais do Ensino Fundamental, colocando em diálogo pesquisas da área produzidas no âmbito dos GTs sobre juventudes, adolescências, gestão, formação de professores, práticas pedagógicas, avaliação, bases nacionais e outros temas. Segundo Graça Reis (UFRJ), coordenadora do GT 13, de Educação Fundamental, “a conversa foi muito proveitosa e importante. Conseguimos colocar questões diversas a partir das pesquisas que a gente realiza e o que isso provoca nas questões curriculares”. A pesquisadora também avalia que "estar em uma mesa de negociações com o Ministério da Educação pensando coletivamente políticas públicas é um resgate importante para o processo democrático brasileiro".

Ana Cristina Juvenal da Cruz (UFSCar), coordenadora do GT 21, de Educação e Relações Étnico-Raciais, também avalia a atividade como muito proveitosa. Para ela, os anos finais do ensino fundamental estão carentes de políticas públicas específicas para momento tão importante da escolarização, impactado pela pandemia e por novas formas de subjetividade, com o uso das redes e tecnologias digitais - incluindo a falta de acesso de parte significativa da população. “Precisamos melhor reconhecer e compreender o impacto da pandemia, maior tragédia da educação brasileira, assim como essas novas subjetividades em curso na contemporaneidade.”

Num segundo momento serão apresentadas de forma mais estruturada pesquisas produzidas no âmbito dos GTs da ANPEd e da área a fim de subsidiar políticas específicas para essa etapa. Segundo Cruz, essa abertura traz o reconhecimento da ANPEd e de intelectuais para a formulação de políticas para a Educação, numa construção coletiva e em diálogo com o cotidiano das salas de aula. 

 “Há uma perspectiva muito positiva de construção desse trabalho ao longo destes próximos meses. E nós vamos nos colocar à disposição não somente no período de subsídios à elaboração, mas sobretudo posteriormente, no sentido de acompanhamento para que ela se efetive, cobrando as instâncias devidas para que essas políticas correspondam às expectativas de uma educação justa e equânime, comprometida com as lutas antirracistas, contra discriminações e preconceitos no campo das sexualidades e das desigualdades sociais”, afirma.